sábado, 1 de agosto de 2009

CC

Por infelicidade fui introduzido às maravilhas do Cartão do Cidadão (não sei onde e quando foi que o cartão passou de "Único" a "Cidadão"... mas simplesmente livraram-se de boa...). É daquelas inovações sobre as quais tenho verdadeiros sentimentos contraditórios. Sendo eu completamente despistado e preguiçoso, a ideia de concentrar toda a burocracia num simples cartãozinho que fica bem guardado num espaço da (agora possível) minúscula carteira é absolutamente brilhante! Acresce ainda que um assumido geek só pode adorar o gadgetzinho que permite ligar o bicho ao computador, validando assim operações que de outra forma me obrigavam a morosas e extenuantes deslocações a repartições públicas. Estando no estrangeiro, isto é ainda mais precioso. O problema é o Sistema, a fobia ao Estado e ao controlo absoluto da nossa intimidade, para o qual vamos resvalando alegremente, seduzidos pelas vantagens da modernidade, amedrontados pelos perigos da actualidade...

Não é simples preconceito. Não interessa que até já podiam cruzar tudo e mais alguma coisa. A displicência com que vamos permitindo que se derrubem pequenas barreiras legais, vedações que nos protegem a intimidade, faz-me temer que estejamos a perder a noção de conceitos básicos à liberdade individual. A verdade é que troco grande parte das facilidades de tudo isto, por estar confortável que ninguém me vai andar a vasculhar a vida privada. Sobre isto, a violação de privacidade, a natureza do Estado, e outros que mais, voltarei mais tarde...

Por agora, surge-me apenas como natural que cada vez mais haja quem queira dizer... "Estou fora do mundo"!

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