terça-feira, 24 de abril de 2012

Hazyview



Aqui estranhamente está novamente quente, depois da temperatura descer até aos baixos vintes, dando a entender que um certo Outono se instalava. O atravessar da fronteira para a África do Sul ofereceu uma literal lufada de ar fresco. A zona montanhosa que fica depois do Kruger park, (de este para oeste... em direcção ao sol como eu gosto) parece tirada de uma paisagem continental do hemisfério norte. Ao longo da Panorama Route e a caminho de Hazyview, a sensação adensa-se ainda mais com as extensas plantações de pinheiros das empresas madeireiras que quase nos transportam para o meio do Canadá ou da floresta negra. 
No entanto, a dado momento certos sinais e sensações dizem-nos que algo de errado existe naquele quadro. Como numa imagem de quebra-cabeças onde nos esforçamos para perceber onde está o erro de perspectiva. Também ali existem coisas que não batem certo, são os sentidos a dizerem-nos que esta não é paisagem que estás habituado...  e de repente aparece um macaco e tudo fica claro! A própria vegetação, a que resiste depois dos pinheiras e eucaliptais, é... estranha. 

Mas o mais interessante nesta altura é a sensação de Outono e o reencontro com os castanhos, vermelhos e amarelos das folhas caducas há muito deixados para trás na Europa. Já lá vão uns anos desde que vislumbro essa paisagem. Tudo isto é um pouco desorientador, numa altura em que se deveria começar a sentir o verão. Na minha cabeça, ainda agarrada a um calendário visual que gravei na memória na infância e no qual me vislumbro a caminhar as estações, nesta altura eu estaria a caminhar alegremente para os tempos mais quentes... conclusão, aqui anda-se mesmo de cabeça ao contrário.

Do curto passeio por White River e o meu regresso à Panorama Route depois de 6 anos, há ainda muito a acrescentar. Isso e o caminho de volta pelo Kruger Park ficaram para uma próxima vez...

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