quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

18:01

*Fim de Ciclo... em Marrakesh

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Laços

Os laços entre nós e outra pessoa existem apenas na nossa mente. A memória, à medida que se vai tornando mais ténue, solta-os e, não obstante a ilusão pela qual queremos ser ludibriados e com a qual, por amor, amizade, delicadeza, deferência e dever ludibriamos os outros, nós existimos sozinhos. O homem é a criatura que não consegue escapar de si própria, que conhece outras pessoas apenas em si mesmo e que mente quando afirma o contrário.

Marcel Proust

domingo, 27 de dezembro de 2009

Natais

Mulheres atarefadas
Tratam do bacalhau,
Do peru, das rabanadas.
- Não esqueças o colorau,
O azeite e o bolo-rei!
- Está bem, eu sei!
- E as garrafas de vinho?
- Já vão a caminho!
- Oh mãe, estou pr'a ver
Que prendas vou ter.
Que prendas terei?
- Não sei, não sei...
Num qualquer lado,
Esquecido, abandonado,
O Deus-Menino
Murmura baixinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Senta-se a família
À volta da mesa.
Não há sinal da cruz,
Nem oração ou reza.
Tilintam copos e talheres.
Crianças, homens e mulheres
Em eufórico ambiente.
Lá fora tão frio,
Cá dentro tão quente!
Algures esquecido,
Ouve-se Jesus dorido:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Rasgam-se embrulhos,
Admiram-se as prendas,
Aumentam os barulhos
Com mais oferendas.
Amontoam-se sacos e papeis
Sem regras nem leis.
E Cristo Menino
A fazer beicinho:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
O sono está a chegar.
Tantos restos por mesa e chão!
Cada um vai transportar
Bem-estar no coração.
A noite vai terminar
E o Menino, quase a chorar:
- Então e Eu,
Toda a gente Me esqueceu?
Foi a festa do Meu Natal
E, do princípio ao fim,
Quem se lembrou de Mim?
Não tive tecto nem afecto!
Em tudo, tudo, eu medito
E pergunto no fechar da luz:
- Foi este o Natal de Jesus?!

João Coelho dos Santos - O mais belo poema de Natal

domingo, 13 de dezembro de 2009

Carry

- You should be careful when you go to the Desert... you will only find in a desert, whatever you carry there with you...

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Mundial

Mais um dos meus detalhes de deslumbradozinho: o meu gosto por grandes eventos. Os Jogos Olimpicos, os campeonatos de futebol, as grandes exposições... são eventos que marcam tempos de excepção. Alturas em que se fazem dispendiosos e exagerados investimentos, onde os deficits estatais produzem estruturas e actividades extraordinárias que depois alimentam a alegria do povo. São versões modernas do Coliseu providenciando o espectáculo que entretém o povo e o faz esquecer momentaneamente da sua vidinha.

E portanto é apenas nos momentos em que fico deslumbradozinho que tudo esqueço e pouco disfarçadamente alinho pela falange dos que aplaudem a vontade de superar, de criar o imaginado, de se entregar à euforia da festa... a viver tempos de excepção. Talvez a razão desta tentação esteja precisamente nesta ultima parte: viver o que raramente se vive. Ainda que artificialmente criado, a verdade é que estas alturas são genuinamente diferentes. Tudo promovido por custos que se pretendem faraónicos... já que sem eles, os faraós, não teríamos as pirâmides!

Não posso esquecer os tempos do Euro 2004 no Porto. Na altura fui um credível céptico que acabou rendido à contagiante alegria e verdadeira festa que todos os dias enchia a cidade de um colorido nunca visto. Naquela altura pouco interessa os deficits e os desvios... vive-se algo diferente, inédito, e irreplicável. O mesmo se viveu com a Expo 98. E certamente o mesmo se viverá no Mundial 2010.

Por desvios da vida, parece-me que os astros se alinham a proporcionar-me finalmente a oportunidade de assistir a um Mundial de Futebol. Não vou naturalmente pelo futebol... vou porque sei que serão momentos inesquecíveis. Algo que vou poder guardar e contar.

Mas naturalmente, eu vou ao Mundial 2010 na África do Sul..... se tiver bilhetes!

Portanto fica aqui o repto, bilhetes... precisam-se!

sábado, 5 de dezembro de 2009

Paroquial

O Cristianismo ensinou aos homens que o amor vale mais do que a inteligência.*

E de uma forma simples explica-se o problema fundamental da igreja. E no entanto...é também assim que compreendo meu profundo cristianismo.

*de Jacques Maritain, pela mão virtual do meu pároco modernista.
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