terça-feira, 28 de julho de 2009

Sirene

Do aeroporto ao hotel, durante hora de ponta, em 13 minutos... em Luanda! Esqueçam lá os mordomos presidenciais, os jactos e outras coisas que tais... Nesta terra quem tem uma sirene é que manda!...

Espirro

Seis aeroportos em cinco dias, 14.000km de voo... e aterro no meio do Inverno, para apanhar a minha primeira constipação do ano! Maravilhas da aldeia global...

(actualização: sim, apontei para o cotovelo! eheheh)

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Datas

Ocupa parte da minha parede um calendário. Está alinhado pela sequência de dias semanais na primeira coluna. Nas restantes 12 os meses oscilam verticalmente dessincronizados ao sabor do dia em que se iniciam. No ano de 2009 depois do que Gregório XII confirmou ter sido o ano em que Cristo nasceu, Agosto lidera isolado o topo da tabela, é o único que começa ao Sábado. Fevereiro, Março e Novembro surgem logo abaixo, iniciam-se ao Domingo. Dia 25 de Dezembro vai ser uma Sexta e o ano propriamente dito começou numa Quinta. O dia 1 de Abril foi numa Quarta-feira, mas há 34 anos atrás… pregaram-se mentiras numa Terça-Feira, o que por si só já o torna num dia diferente do de 2009, quanto mais não fosse porque toda a gente sabe que a Terça-Feira é o dia mais depressivo da semana… portanto um bom dia para pregar umas mentirolas!
Naturalmente o calendário necessita de ser ajustado de acordo com o ciclo solar, e por isso todos aqueles que têm como data marcante o 29 de Fevereiro vêem-se privados de a celebrar anualmente, simplesmente cessa de existir esse dia, essa “data”… Marcamos datas como forma de assinalar um momento passado no tempo. A artificialidade do calendário, o logro em assinalar o preciso momento em que a terra estava posicionada no espaço sideral em relação ao sol num determinado ciclo solar do passado, não afecta a vontade legitima de nesse dia ser recordado um facto marcante da nossa vida. Há contudo uma sub-reptícia tentação de recuar e sentir novamente aquele dia, aquela data, de repetir aquilo que é reconhecidamente irrepetível! A passagem pelo calendário de mais aquela data, não permite viver, nem mesmo sentir, o que foi o passado… a cada data recriam-se os sentidos, a memória, a vivência, sendo no entanto o que nós revisitamos apenas um reflexo possível do passado.
Adicionalmente a vida no seu percurso consegue ainda complicar-nos as datas. O momento que prezamos celebrar na memória, não poucas vezes converte-se naquele que não mais queremos lembrar. Os mais sarcásticos exercem alguma prudência no conciliar de certas datas com motivos de celebração. "Não casar no dia das mentiras ou no dia de aniversário, ou nos dois!" sugerem-me como simples bom senso, não vá a vida trocar-nos as voltas!
Em conclusão… as Datas não passam de pequenos apontamentos que criamos num calendário para nos fazer recordar de algo, que na generalidade das vezes durante o resto do ciclo solar não nos lembramos. Artifícios para mentes e corações que perdem a memória no tempo da vida… Podemos ser arreigados ao simbolismo que as datas nos oferecem, a uma certa construção romântica clássica que procura um enquadramento de sentido no curso do tempo. Porém que não sirva de desculpa para nos guardarmos de viver à espera de datas ideais para mais tarde recordar ou repetir. Demorei muito tempo para abrir este blog, por vezes à espera da data, do momento ideal. Hoje simplesmente decidi abrir.

Às Datas hei de voltar…
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