quinta-feira, 15 de outubro de 2009

Dinars

A campainha tocou e contaram-me a mais estranha história... daquelas que usualmente só acontecem a mim. A aparente solução eram 50 dinars, que eu providenciei com o sorriso do amante que sabe ser traído. E nunca mais voltou. Espero apenas que os tenha gasto em todos os vícios possíveis...

Diz o proverbial conhecimento que casa roubada trancas à porta. Desconheço se o sentido original era de uma simples constatação, mas é inegável a sentença implícita... da ingenuidade de não ter colocado as trancas antes de nos terem entrado na casa; do mundo não ser feito de portas abertas, de jardins sem muros e janelas sem grades; de amargurar-mos o assalto com o definhar atrás de trancas.

O idiótico roubo de algo insignificante é o suficiente para num segundo deitar por terra todo o capital de confiança enraizado bem dentro de nós. Conseguir desfazer o novelo deste medo é algo que leva muito tempo.

Mas um mundo de trancas... só serve a estroncadores de fechaduras. Uma vez mais não é saber viver no medo de não sermos assaltados. É tomar como adquirido que isso é uma inevitabilidade, mas que não se sabe viver preso por trancas.




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