Cada vez mais frequentes os Blackouts em Maputo. A falta de manutenção agrava, mas parece-me ser na verdade uma tendência de fundo. Uma procura crescente de electricidade que aumenta ao ritmo dos esteróides que esta economia debita, e que assoberba a limitada capacidade de produção e a ainda mais débil rede de transmissão.
Ja abordei a questão da electricidade, ou antes a falta dela. E voltarei depois com mais números. Mas para já fica a ideia de que esta é uma situação estrutural, que vai levar tempo e muito dinheiro para inverter. Numa altura em que todas as atenções estão viradas para o Gás Natural, as perspectivas não são animadoras. Ainda assim, sem electricidade não ha gás. E portanto ainda ha esperança. Por cá, sem electricidade, pois... Ha lua!
Musica, adereços, imagens, memórias e reflexões... novos, velhos e usados... aqui se encontra de tudo para apreciar, vender, troca directa e ocasional oferta!
quinta-feira, 28 de março de 2013
quarta-feira, 20 de março de 2013
terça-feira, 19 de março de 2013
Beehive
As tentativas de estilizar a Natureza são tão fascinantes como usualmente infelizes. Na verdade estamos desde sempre a tentar controlar, moldar, aproveitar e viver da natureza. A actual tentação modernista de recriar a Natureza de acordo com os padrões estilísticos e mundanos da modernidade consegue criar o paradoxo de por um lado tentar aproximar-nos de novo da Natureza, ao mesmo tempo que nos afasta dela ao desconstruir o que ela tem de mais puro.... a sua naturalidade.
Mas ultrapassada esta barreira, existem também outras dimensões. A perspectiva cientifica e curiosa, a mesma que leva a ter flores em casa e peixes em aquários... Sendo que, embora os grandes aquários me impressionem, sinto-os na verdade como apenas uma versão alargada de gaiolas. E poucas coisas eu detesto mais do que gaiolas, sejam elas que formato sejam...
Depois também a vontade de conhecer e interagir, de sentir o futuro e o que a tecnologia pode fazer por nós, o fascínio de deux ex machina!
E não consigo esconder o meu fascino com o recente e urbano Beehive. A última produção da Philips permite ter uma colmeia em casa, ou até num apartamento! Fantástico...
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O Beehive instalado no vidro de uma janela com a componente exterior (em branco) e a interior translucida |
O Beehive é tão inovador quanto ambicioso, ao tentar aliar o aspecto cientifico e lúdico de pudermos ver como é uma colmeia por dentro, com a funcionalidade de ter mel caseiro. Um dois em um, rematado com um design harmonioso quanto simplista.
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Vista de perfil |
Não faço menor ideia se funciona. Sei apenas que o meu aniversário está ai ao dobrar da esquina...
Secção:
Mercadoria Importada
Relva
Ou aroma dela logo pela manha, a mim faz-me lembrar Verão! O cheiro a relva cortada, e o som de agua da piscina... É isto que me lembra. E hoje vai estar mais um dia verdadeiro verão... 35' e 90% de humidade....
Lá mais tarde sai um mergulho....
Secção:
Chão da Loja
sexta-feira, 15 de março de 2013
Sabor-de-Sempre
Entrar, comer, café, e pagar under 30 minutos... Completamente aprovado o novo restaurante aqui do business district, distinção honrosamente exacerbada com a qual apelido aqui o bairro JAT, assim se chama a construtora, acronimo dos tres fundadores, que uma decada e meia atrás compraram os então terrenos baratos e esquecidos na ponta nascente de Maputo, agora o único local com espaços de escritórios novos. São empreendimentos que estão arrendados (e não vendidos!) muito antes da execução, e que amortizam investimentos em menos de 4 anos. Se querem ver o boom, sem ir ao norte... é só vir aqui! São os escritórios de todas as grandes empresas actualmente em Moçambique.
E agora, no meio deles, com uma agradável varanda, fica o interessante Sabor de Sempre... que hoje foi feijoada com arroz!
E agora, no meio deles, com uma agradável varanda, fica o interessante Sabor de Sempre... que hoje foi feijoada com arroz!
*vista da espladanada com o JAT V como fundo... e a feijoada em grande plano (e sabor!)
sábado, 9 de março de 2013
Marsa
A 15 km ao norte de Túnis, encravada entre as colinas de cedros de Gammarth
e Sidi Bou Said, fica a vila La Marsa. As três, em conjunto com a ancestral Cartago
que as ladeia, contornam o mediterrâneo numa sucessão de colinas e praias,
formando uma zona balnear que a elite local e os expatriados tomaram como sua.
A zona está para Túnis, como Cascais está para Lisboa. No período
pré-revolucionário, a analogia a Cascais dos 60’s era perfeita, com direito à
sua própria corniche marítima. Um
pequeno microcosmos de ricos e diplomatas que ultrapassam em número a população
local e criam um ambiente cosmopolita isolado do resto do país.
Ver mapa maior
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*de Gammarth para La Marsa, e ao fundo Sidi Bou Said |
É uma zona lindíssima, de contrastes fortes com os cedros verdes, as casas
brancas e o mediterrâneo aqui turquesa. As colinas dão-lhe intimismo, e o mar é
calmo nas marés e no sentimento que nos preenche. Nas suas praias lado a lado
banham-se mulheres vestidas e outras (quase) despidas. Das sofisticadas casas
de Gammarth, das diplomáticas maisons
de Carthago e das ancestrais vielas de Sidi Bou, todos descem as ruas de La
Marsa para desfrutar dos restaurantes e passeios marítimos.
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* a corniche marítima de La Marsa |
Esta foi a nossa Tunísia, a que me deixou saudades, e neste regresso foi
aqui foi onde encontrei mais diferenças. É certo que durante o inverno a zona
hiberna, recolhe-se, desertifica-se… fecha. Vive-se uma quasi-depressão
colectiva saudosa das noites tépidas do verão e dos longos e escaldantes dias.
Mas este ritmo já eu o conheço bem, para deixar que me engane. Não foi isso que
me impressionou. Senti a zona baça, sem brilho. E percebi nas pessoas receio e
apreensão.
Esta é a zona secular por excelência na Tunísia. É também a mais rica,
desigual e ostensiva, onde no anterior regime a nomenclatura reinante dava azo
público as suas excentricidades. Por tudo isto, esta é uma zona tornada alvo
primordial das invejas e criticas extremistas. O processo revolucionário
constrangeu a excepcionalidade que ali se vivia. Naturalmente que ninguém tem
pena dos Trabelsi e lamente o fim daquela opulência. Mas este é também o bastião da
secularidade, da mundividência da Tunísia Senti-lo assim titubeante é sintomático
das mudanças politicas e sociais que se vivem actualmente no país e os perigos
que nelas estão contidos. E não fosse a revolução e todo o processo politico
suficientemente negativos para La Marsa, uma outra ameaça velada paira no ar: o
regresso do Banco Africano de Desenvolvimento à sua sede original em Abidjan na
Costa do Marfim. A saída da sede do Banco, levará consigo a esmagadora maioria
dos 1200 funcionários, e suas respectivas famílias. Isto irá representar uma perda
de mais de 3000 pessoas, na maioria residentes da zona de La Marsa. Será um
rude golpe na comunidade, na sua diversidade, na sua importância como farol de
valores e visão do mundo. Os tunisinos ficaram assim mais sozinhos para
enfrentar os seus próprios demónios.
Já o Banco terá de ir enfrentar os seus em Abidjan, mas sobre isto volto
depois…
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Artigos de novidade
sexta-feira, 8 de março de 2013
Túnis
Como seria de esperar Tunís está igual. Passaram pouco mais de 18 meses, e
naturalmente pouco ou nada mudou na cidade. Talvez alguns sinais de descuido em
certas infra-estruturas, os jardins menos cuidados. Por outro lado também
algumas obras foram terminadas oferecendo a ilusão de alguma evolução. Dizem
que há agora mais lixo e que o trânsito, a ordem, estão (ainda) mais caóticos.
Sobre o lixo não me posso expressar. Nunca considerei a cidade e muito menos o
seu povo limpo. Bem pelo contrário. Talvez o anterior regime fosse mais
aprumado sobretudo em zonas ricas e turísticas, mas havia sempre lixo, pó,
areia a voar por todo o lado. Aqui sinto que pouco ou nada mudou.
*O lago de Túnis, visto de Berge du Lac, com a cidade ao fundo.
O caos e a ordem, talvez os tenha sentido diferentes. Não pior, não melhor,
mas diferente. O trânsito continua igualmente caótico. Sinto que o temor à
policia é agora muito menor. Talvez aqui a Ordem
tenha-se deteriorado. No entanto, isto significa apenas que os eventos
extraordinários que a observação da circulação automobilística diária nos
oferecia são agora em maior número, mas não necessariamente mais
surpreendentes. O nível das peripécias está apenas no limite da imaginação
deste povo. No transito são como as crianças imberbes que não tem a noção ainda
do mundo e de que vivem em sociedade, o que recomendaria a assunção de regras
básicas de convivência e civismo. Tudo é directo, tudo é simplificado e
instintivo, numa racionalidade básica e primária. É o “eu quero”, “eu posso” e
“eu faço”. A única coisa que talvez então tenha mudado é que realmente agora o
“posso” é mais lato. Aqui as diferenças para a Moçambique são enormes, mas
sobre isto volto depois…
É contudo aqui que talvez a diferença seja mais clara. As pessoas estão
diferentes. Sinto que a população está mais espontânea. Não arrisco dizer mais
“livre”, já que não estou seguro que efectivamente se tenha hoje mais
verdadeira liberdade. Existe com certeza mais liberdade de expressão, mas
outras liberdades, como por exemplo a religiosa ou a de se vestir como se
desejar, estão agora mais constrangidas. Mas efectivamente senti os tunisinos
mais espontâneos. Uma alteração bem-vinda num povo que no passado a momentos
surgia quase que saído de um filme de zombies, espartilhados pelo regime e a
religião… eram mortos-vivos sem expressão.
No final, contudo, não posso dizer que tenha sentido a cidade melhor. As
pessoas estão mais espontâneas sim, mas paradoxalmente mais preocupadas. Há um
sentimento de efervescência e inquietude que trespassa de diversas formas. Há
apreensão e insegurança. Há também agora mais medo. Um medo diferente do
anterior, o do regime, sendo que este é mais básico e constrangedor. Há medo de
sair a noite, de ir a certos locais. E há também um novo medo, medo dos
“barbudos”…
É o produto próprio de uma revolução. É igualmente um dos trade-offs mais
polémicos, este o de perder algumas liberdades para se ter outras.
No final, senti que por agora futuro não sorri à Tunísia… sobre isto voltarei depois.
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Artigos de novidade
segunda-feira, 4 de março de 2013
Frankfurt-am-Main
A familiaridade de locais tão distantes e públicos... É estranha. É assim com este sofá encostado à janela, com duas tomadas utilmente à mão, e vista sobre o terminal B de Frankfurt. Virado a nascente, é o meu preferido deste lounge para ver os nasceres do sol. Um dia vou perguntar se posso deixar aqui uma placa comemorativa destes instantes...


*a fotografia não faz jus ao cenário...
O aeroporto entretanto esta bem para quem reclama que precisa de caminhar. Os aeroportos lutam para acompanhar o crescimento do tráfego aéreo, desmultiplicando-se em novos terminais e expansões orgânicas labirínticas. O que antes era uma simples caminhada até a porta de embarque, agora transformou-se em verdadeiras peregrinações a pé, com direito a paragens varias para desarrumar roupa e bisbilhotansos securitistas de privacidades. Depois há os carrinhos de transporte... Mas sobre isto volto mais tarde...
Por agora, para que não se percam fica aqui a sugestão.
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Pela Vitrina
sábado, 2 de março de 2013
Laurindinha
Dançar folclore? Varias nacionalidades de sorriso rasgado a dançar folclore português? So mesmo possível em Maputo!
Secção:
Serviço de bar
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